Ao entrar em sala de aula
percebemos que os valores dos educandos são muito complexos e que a escola
necessita trabalhar com a educação de valores. A escola precisa agir
interdisciplinarmente e transversalmente com temas que envolvam toda a
instituição. Para implantar esse princípio de valores na escola há a influência
de sete dimensões:
Os
conteúdos escolares: O currículo do Projeto Político Pedagógico
da escola nos fala que essa se forma o cidadão, mas nessa formação não há o
privilégio com o trabalho com valores e cidadania. Ao inserir nos conteúdos escolares de forma
interdisciplinar e transversal temas com relação aos direitos humanos, ética,
inclusão social, convivência democrática, por exemplo, estamos proporcionando
segundo Araújo, em seu artigo Escola, Democracia e a construção de
Personalidades Morais “... contextualizar na realidade dos estudantes os
conteúdos escolares e de trabalhar outros como a ética, a sexualidade, os
sentimentos, etc...” (p.10).
Metodologia
das aulas: Não adianta um professor diante de um currículo bem elaborado trabalhar com
procedimentos unilaterais na qual este ensina e o aluno aprende. Nesse caso, o
aluno é agente passivo e o professor um mero transmissor do conhecimento,
fazendo-se necessário observar as seguintes metodologias para que as aulas
aconteçam de forma mais prazerosa e interessante:
- Construção coletiva: Deixar de trabalhar de forma individual, inclusive no momento da avaliação. Propor atividades reflexivas que estimulem os estudantes a pensar criticamente sobre aspectos da realidade pessoal e coletiva;
- Diálogo: Pressupõe que as pessoas (professor/aluno – aluno/aluno) expressem suas opiniões num mesmo nível e condição. O professor precisa estabelecer atividades com foco no diálogo de forma coletiva e colaborativa para que os alunos expressem seus pensamentos sobre os estudos, o aprendizado, etc.
- Papel ativo: No papel ativo o aluno é o protagonista no processo de conhecimento. Ao invés de ficar sentado (passivo), o aluno vai à pesquisa em busca de informações sobre algum tema relacionado ao mundo real/seu contexto. O professor pode propor uma atividade de experiência concreta no cotidiano dos alunos para que os conhecimentos sejam conceitualizados.
Trabalho
intencional com valores: É preciso haver intencionalidade e
determinação por parte da escola para que os alunos construam determinados
valores como, por exemplo, de cidadania, além dos conteúdos desenvolvidos. É
necessário que esses valores sejam inseridos na proposta pedagógica da escola,
bem como trabalhados em sala de aula. Para a implantação desses valores, além
da intencionalidade, a escola tem um guia referencial que é A declaração Universal dos Direitos Humanos.
Respeito,
Autoridade e Admiração: É necessário no dia-a-dia promover em
sala de aula os sentimentos de respeito, autoridade e admiração entre
professores e alunos. A admiração é o sentimento que promove a identificação
entre a pessoa que respeita e é respeitada em um diálogo. A relação interpessoal
construída por meio de diálogo estabelece relações democráticas dentro do
ambiente escolar contribuindo na formação de valores.
Auto-estima: A autoestima está
relacionada com a autoimagem que a pessoa tem de si mesma. Segundo Taille (1999), “cada ser humano
constrói para si uma autoimagem que julga representá-lo, com a qual se
identifica e se confunde”. Todos têm na consciência uma autoimagem do que cada
um acha de si mesmo, ou seja, sua autoestima que pode ser positiva ou negativa. Na escola a autoestima é negligenciada e há a
necessidade de reforçar a autoestima dos alunos para que construam uma
autoimagem positiva.
Auto-conhecimento:
Devemos tomar conhecimento dos nossos próprios sentimentos e emoções, pois é
essencial para a construção da ética e da democracia escolar. É preciso que a
pessoa se conheça e que tenha consciência do que sente - se ama ou odeia, gosta
ou tem raiva –, enfim, ter clareza dos seus sentimentos e emoções para poder
entender o sentimento do outro. Às vezes um aluno pode humilhar o outro com uma
determinada fala e não ter consciência disso. Para esses casos – sentimentos –
há técnicas e exercícios para trabalhar o autoconhecimento como no exemplo
citado na vídeo-aula das folhas em branco.
A
gestão escolar: Em uma gestão centralizadora à qual o projeto
acadêmico, regras, crenças e valores já estão definidos e que não abre margens
para o diálogo em benefício dos educandos, há a necessidade da revisão desses
conceitos em prol de uma formação cidadã democrática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAUJO, U. O ambiente escolar cooperativo
e a construção do juízo moral infantil: sete anos de estudo longitudinal
ARAUJO, U. Escola, democracia e a
construção de personalidades morais
Na próxima semana vejam a parte 2 deste texto, acompanhada de desenhos e exemplos.
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