TEMAS TRANSVERSAIS EM EDUCAÇÃO


A estrutura para essa aula se apresentará para: 1) As diferentes concepções de transversalidade; 2) As práticas da transversalidade.
Cada escola deveria eleger e trabalhar temas de acordo com a cultura e realidade de seu entorno. Os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem eleger o que é mais significativo para se trabalhar com os temas transversais – éticas, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo –, mas para além desses poder-se-ia trabalhar os valores do sentimento e do afeto. Para tanto, há 02 formas diferentes de promover essas concepções:
 Na 1ª concepção as disciplinas são o eixo vertebrador do currículo na qual a escola permanece organizada em volta das disciplinas tradicionais. Isso demonstra que o objetivo maior da escola é promover o ensino das disciplinas, conferindo, mesmo que de maneira secundária, um lugar para os temas transversais relevantes para o cotidiano.
São 5 as formas nessa concepção:
1)    Atividades pontuais: são desenvolvidas na escola de maneira muito pontual. Quando um professor de ciências, por exemplo, trabalha dentro da didática com a questão das drogas no organismo, o seu objetivo maior é o conteúdo da sua disciplina.
2)    Palestras e assessorias sobre temas transversais: Há um pressuposto que o professor e escola não estão preparados para trabalhar determinados temas e recorrem a profissionais – sociólogo, médico, policial – externos para desenvolver esses temas dentro da escola. Há também uma crítica nesse momento da fragmentação promovida pelos campos de conhecimento.
3)    Projetos interdisciplinares sobre Temas Transversais: Imaginemos uma ONG que produz um material sobre a AIDS e oferece esse material para ser trabalhado na escola.  Ao receber esse material, os profissionais o trabalham cada um em sua área de formação. As diferentes áreas trabalham o mesmo tema na escola – de certa forma interdisciplinar –, mas ao abordar cada um em sua disciplina, também há a fragmentação dos conteúdos, ou seja, não há diálogo entre as disciplinas e os temas.
4)    A transversalidade deve estar incorporada nas próprias disciplinas: Os professores muitas vezes dizem que não é necessário dissociar a disciplina de um tema transversal e que o processo de educação em valores é intrínseco. A crítica é que continua a prioridade na disciplina e não nos temas transversais.
5)    A transversalidade é trabalhada como conteúdo oculto: As temáticas vinculadas na formação para a cidadania em educação de valores devem ser apresentadas no currículo. Num exemplo de discussão e infração momentânea por 2 alunos no pátio, há que se colocar no currículo propostas para trabalhar valores, afetos, sentimentos com essas c crianças. A crítica para o trabalho com o currículo oculto volta-se para a falta de intenção, o estilo moralista e os valores singulares dos professores. A transversalidade é trabalhada na escola através de ganchos e dessa  forma não é a melhor forma de promovê-la.
Na 2ª concepção as temáticas é que vem de encontro com os problemas sociais e procuram atender o cotidiano das pessoas. Nesta concepção, há uma mudança paradigmática, pois defende que os conteúdos habituais deixam de ser a finalidade do processo e incidem a ser meio para um objetivo maior que é a formação do cidadão. Os temas transversais passam a ser o eixo vertebrador do currículo e há uma reorganização da estrutura curricular com base nas temáticas. As diferentes temáticas não devem ser subdivididas e devem articular, ou estar de acordo umas com as outras, promovendo assim novas metáforas para romper com a fragmentação presente na escola.
Por novas metáforas entende-se a busca de novas estratégias em prol da transversalidade para que haja o rompimento da organização e compartimentalização escolar constituída. Essas estratégias providenciarão a retirada da escola de seu isolamento, conectando-a ao mundo externo.
Numa situação, por exemplo, em que existe uma discussão sobre o problema do lixo exposto no entorno da escola, encontra-se a necessidade de haver um trabalho articulado pelos professores visando às temáticas vigentes pela situação – relação com o meio ambiente, saúde, consumo e trabalho, ética, pluralidade cultural – como eixo vertebrador do currículo, sendo as disciplinas um meio para o trabalho transversal.



Percebemos através do exposto e das imagens acima que o trabalho cooperativo é o ponto chave para o sucesso de todo processo. Para tanto, com base no vídeo do professor Ricardo Pátaro (USP) a qual aponta alguns caminhos e práticas para a transversalidade, numa realidade como essa acima, para se trabalhar as temáticas envolvidas as áreas de conhecimento de forma interdisciplinar, poder-se-ia, por exemplo, trabalhar um projeto como no diagrama abaixo. Como observamos neste caso o projeto Lixo é o eixo vertebral – tema transversal – e as disciplinas são as ferramentas para compreensão e ação sobre o tema central.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAUJO, U.F. Temas transversais e a estratégia de projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares – Brasília: MEC/SEF, 1997. 126p.


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