Nessa aula são apresentados alguns conceitos e avanços em busca dos
movimentos para superação das fragmentações do conhecimento pela
disciplinarização que são os Caminhos da interdisciplinaridade.
A ciência promoveu grandes avanços desde a modernidade para o
conhecimento, para a própria ciência e a educação, mas a que parcela da
população ela está servindo? A escola, por exemplo, está a serviço de quem? A
escola está a serviço dos que não tem acesso aos avanços científicos e para alcançar
seus objetivos temos:
Instrução: conteúdos definidos
pela cultura e sociedade para a formação ética e moral do cidadão. Embora a
cidadania seja mencionada no Projeto Político Pedagógico da escola e no
discurso dos professores, estes se limitam a ministrar aulas das disciplinas
conteúdistas em suas áreas ignorando o outro lado para a formação moral e
ética. Ocorre que a família hoje, não é mais aquela padronizada à qual havia a
mãe ficava em casa para cuidar dos filhos enquanto o pai trabalhava. Hoje, os
responsáveis pela criança ficam fora o tempo todo e “anseiam” para a escola
como um lugar a promover também uma educação moral ética. De qualquer forma,
esse pensamento e função atribuídos pela família à escola hoje, não estão equivocados,
pois estão contidos na proposta curricular. Percebe-se a dificuldade do
professor para incentivar e ministrar em suas aulas os temas transversais
relevantes para o contexto e o momento de sua realidade escolar - meio ambiente,
sexualidade, violência, etc -, ficando assim somente a cargo da sua
especialização, caracterizando disciplinarização.
Transversalidade: A ideia de transversalidade proporciona e aponta
caminhos para o rompimento dessa visão
disciplinarizada e fragmentada. Ao trazer para dentro da escola outros
conteúdos temáticos poderemos entender melhor a relação e mudança pela qual a
escola vem passando. Daí vem o conceito de que as temáticas devem atravessar e
perpassar os diversos componentes curriculares da escola. Entretanto, sobre os
temas a serem trabalhados deve-se atentar para não confundir alguns valores
considerados como transversais. A escola precisa estar ciente que seu papel é
beneficiar a maioria, ou seja, os educandos, e assim temáticas sociais e
valores devem ser priorizados.
Epistemologia: Conceito do ramo da filosofia que lida com problemas de
crença e conhecimento para a qual a escola deve trabalhar.
E o que são os Temas que podemos considerar Transversais?
·
Temas que
pressupõe uma educação em valores (ética, cidadania...);
·
Temas que
busquem dar resposta aos problemas que a sociedade reconhece como prioritários
e preocupantes (temática sobre violência, drogas...);
·
Temas que
busquem unir a escola à vida das pessoas (saúde, sentimentos, ...);
·
Temas que
são acessíveis à incorporação de novos temas e problemas sociais como a questão
ambiental, que não é uma disciplina, mas é uma questão global de todos, assim
como a saúde na escola – epilepsia, diabetes, etc.
Sobre os objetivos da educação, o papel da escola na formação do
individuo – que conteúdos e valores os sistemas educacionais privilegiam,
práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas para a formação integral dos
educandos, por exemplo, o PRADIME – Programa de apoio aos dirigentes da
Educação (Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica), p.82 – nos
trás acentuadas apreciações condizentes a esse respeito:
A sociedade humana, vista em sua forma concreta e dinâmica, é
constituída por muitos campos de luta e de relações que se entrecruzam,
produzindo movimentos sociais que refletem disputas políticas, culturais e
sociais. Assim, a depender dos fins que orientam os processos educacionais,
podem ser fortalecidas, tanto práticas sociais que enfatizam a competição (...)
quanto práticas democráticas que buscam a cooperação e o enfrentamento crítico
dos conflitos e que reconhecem a existência de tensões entre as necessidades e
interesses individuais e os valores e direitos coletivos.
Se o papel da escola é o de contribuir para a construção de uma nova
ordem social, é possível orientá-la a aprender, ela mesma, e a ensinar a partir
das divergências em favor de um objetivo democrático maior, sem deixar de
enfrentar e compreender a natureza dos conflitos, dando lugar ao debate e à
expressão das várias necessidades e das diferenças dos seus sujeitos. Isto
poderia produzir um ambiente do qual resultem a assunção coletiva dos
problemas, a cooperação voluntária, a aprendizagem de qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAUJO, U.F.
Temas transversais e a estratégia de projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
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